segunda-feira, 27 de abril de 2009

Just a memory and those dreams.


A garota se sentou, tirou o sapato apertado, colocou os pés em cima da cama e abraçou os seus joelhos. Ela já não era mais tão garota, verdade. A vida batia na porta de sua casa, pedindo passagem, e o fato dela se fazer de desentendida não mudava nada, mais cedo ou mais tarde ela teria que atender ao chamado.
Ela se lembrou de um dia, alguns anos atrás, quando realmente ainda era uma garota. Foi numa tarde bonita, em Belém, tarde de outubro. Ela caminhou pelo centro, jogando conversa fora. Simplesmente andar e caminhar, se a companhia for boa, nada mais se faz necessário. Ele era a melhor companhia que se poderia pedir.
Infelizmente, ambos eram novos demais para perceberem o que estava acontecendo. Não que jovens não tenham malícia. Não era isso que lhes faltava. Era o simples saber a respeito do quão raras são as boas companhias, naquele patamar de entendimento.
Ao final da tarde caiu uma chuva leve. Eles se abrigaram em um ponto de táxi vazio. Os carros passavam, transito confuso. Ambos se olharam nos olhos e se viram um no outro. Sorriram. O momento estava perdido.

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