Nas madrugadas solitárias de férias eu me torno uma pessoa muito apaixonada. Como eu não costumo ser, como eu gostaria de ser! Eu me torno aquela pessoa cheia de demonstrações de carinho, cheia de momentos doces. Eu me torno quem não sou!
Nas madrugadas eu me lembro de você e de como eu gostava do seu sorriso. Como eu gostava de nós dois. Do nosso jeito, da nossa inadequação. Como era fácil, com você gentilmente fingindo não se importar com minhas grosserias (que eram muitas). Como era mais fácil ser eu em tais condições. Eu pensei que aquilo lá podia dar certo, de que a gente podia ficar junto, do nosso jeito meio torto e esquisito.
O que eu gostava em nós dois era a indefinição. Porque abria espaço pra tantas coisas, tanta esperança, tantos sonhos. A realidade, concreta realidade dos fatos, é uma merda. Uma série de decepções que, pouco a pouco, destroem tudo! Nós não tínhamos nada disso, éramos apenas duas pessoas em um vácuo de tempo. Ninguém soube da nossa existência. Nós éramos a irrealidade.
Mas o inescapável nos bateu a porta. Nós somos apenas duas pessoas inseguras, incapazes de enfrentar o mundo como ele. Inadequadas para a tal realidade. O que nós fomos é tão pouco perto do que poderíamos ter sido...
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