domingo, 8 de fevereiro de 2009

1989

Eu? Bem, eu sou um típico produto da minha geração. Assim como meu pai foi um típico de sua geração e meus avós, bem, ainda não se inventara a adolescência naquela época.
Crescemos em um mundo pós queda do muro de Berlim. Nenhuma grande utopia tocou os nossos corações. Nós não vamos mudar o mundo! Não através de uma revolução. A nossa luta é contra nós mesmos, os nossos hábitos. Contra o aquecimento global, o desmatamento, o câncer, a pobreza. Acho que a questão é mais transformar esse capitalismo excessivamente idiota, que teve total liberdade de mercado e por isso deu um tiro no pé.
Eu faço parte da primeira geração da história que teve pais legais. Os meus, pelo menos, foram ótimos. O fato é que além de amá-los profundamente, muitos puderam gostar deles também. Somos também acostumados com o divorcio, com famílias em formato de mosaico. Não foi meu caso, mas eu nunca deixei de ser amiga de uma coleguinha que tinha a mãe desquitada.
Eu sou uma brasileira de classe média ordinária. Eu tenho internet de banda larga e uma grande mesa de estudos no meu quarto. Eu posso passar o dia inteiro aqui, descendo somente para comer. A rua não foi meu parquinho, até porque eu cresci com medo dela. Acuada pela violência.
Nunca fui pressionada a pertencer a uma tribo. Sempre pude ser tão nerd quanto paty, tão cdf quanto baladeira. Ninguém nunca me recriminou por ir ao pagode e ouvir interpol em casa.
Nós temos muita informação. Nós temos o google, a wikipédia, o youtube, os blogs, o myspace e a livre informação. Eu não vi nem um terço dos filmes cujos nomes e roteiros eu tenho certa familiaridade. A maioria das bandas que escuto, conheço só uma ou duas musicas.
Nós somos uma geração meio incompreendida, os velhos nos chamam de alienados, mas somos na verdade pé no chão. Sim, lógico, em muitos pontos somos uns bostas. Mas eu quero só ver, daqui a 41 anos, quem vai ter feito mais pelo mundo, a geração de 68 que hoje está no poder, ou nós, os acomodados.
P.S: Perdoem-me eventuais erros de digitação ou concordância. Eles sempre aparecem, mesmo após muitas revisões. E hoje, especialmente, não pude revisar. O texto ficou grande e já está tarde...(Como se meu blog fosse lido por milhares e milhares de pessoas!)

3 comentários:

  1. Oi, estou passando por aqui, pra dizer q também tenho 19 anos, e dizer q estou organizando um movimento revolucionário,
    contra jovens usuários de internet banda larga, estou me usando desse meio apenas para exprimir minhas idéias de forma globalizada, afinal de contas só podemos encontrer jovens alienados e ordinários em massa nesse "lugar".
    Por Favor compre um violão e vá aprender algo mais útil, que reproduzir, você tem muito potencial, pra ficar congelada.
    Um abraço, eu sou o seu leitor.

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  2. Você sabia que Graham Bell, nasceu hoje!?
    é uma boa oportunidade pra ter uma grande idéia

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  3. Fico Feliz!
    Pela sua luz!
    De fato a internet,talvez seja realmente tudo isso que você falou e até um pouco mais, mas por favor não seja tão fatalista,isso não é caracteristico de pessoas tão jovens,não que eu realmente acredite nesse papo de juventude e tal,acredito até que isso deve ser um obra de um potoqueiro muito ardiloso,provavelmente o dono de alguma grife de muito mal-gosto.
    Mas sim voltando ao que interessa, acredito que a chative mórbida, ou tédio, que vez ou outra nos arremata, e que deve ter arrematado até o mais contente e prático dos homens,é um buraco muito mais fundo, que esses dias convenientes em que se fica muito mal, por poder fazer várias coisas, e ficar variando entre uma idéia vaga, e um vazio.
    Concluindo, acho muito interessante, como o mundo consegue ficar aparentemente maior, e as pessoas conseguem se sentir cada vez mais fatalistas,e mesmo assim sentir que SÂO muito inteligentes.
    O problema da internet é que ela não tem manual de instrução, podíamos criar um!

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